Como se fosse uma lei:
Dê-se um tempo!
Não importa muito a
hora que for, pode ser por cinco minutos, mas deu vontade de deitar,
deite! Torne isso uma lei para você que se caso não cumprir, será
presa. E se pensarmos bem, se sentirá realmente presa. E, já
podemos imaginar o resultado disso, pode dar até depressão. Sei que
nos envolvemos em um monte de coisas. É responsabilidade que não
acaba mais! E quando vimos, estamos vivendo o tempo inteiro para o
outro. Parece que a nossa classe feminina tem mania disso.
Quer uma dica:
Aproveite o banho. Isto desde antes do bebê nascer. Lembro-me que já
havia passado uns quinze dias que o Sol havia nascido. E toda aquela
projeção de uma vida leve, sem muito esforço havia jorrado água
abaixo. Estava exausta. Foi quando a minha mãe chegou da farmácia
com sabonetes, cremes, hidratante e shampoo – tudo com cheirinho
bem suave para não causar nenhuma reação no bebê. E me disse que
ia ficar de olho no Sol para eu tomar um banho tranquila.
Confesso que foi um
pouco difícil me desvencilhar da ideia de que ele ia acordar
chorando para mamar. Mas, eu pensei “bom, daí eu corro e ele
espera”e resolvi aproveitar o banho. Nossa! Aquela água que há
uns dias caía abaixo, resolveu vir de cima e me sentia numa
cachoeira (quem dera!) renovadora. Com a esponja espalhava o sabonete
devagar no meu corpo e aproveitava para perceber como estava mudado.
Sem olhos críticos de um personal trainner, mas com um cuidado
enorme comigo, com meu corpo.
Desde então dava
aquela escapadela para o meu paraíso que não estava no banho, mas
em mim mesma. E, quando descobri isso, percebi que o tempo,
realmente, é a gente que faz. O que quero te dizer com isso: Que
você aproveite o máximo de tempo esse momento tão feliz que nos
tornamos mães. Às vezes, pode acontecer da gente burocratizar os
momentos: uma troca de fraldas, um banho, a mamada e assim por
diante. Até mesmo o passeio pode se tornar algo tão mecânico que
perde a graça, né?
Muita gente vive
dizendo que tem saudade de seu filho quando menor e aposta quanto que
essa pessoa vai sentir o mesmo daqui alguns anos. Será que isso se
deve ao fato de não vivermos o agora? Pense bem, se vivermos
intensamente o presente, mais a frente não sentiremos tanta falta.
Isto não faz sentido para você?
E, olha, irão
acontecer muitas coisas que você nem espera e que se você não
curti-las pode querer arrancar seus cabelos. Uma vez, por exemplo, eu
estava já meio atrasada para levar o Sol para tomar vacina. O dia
mal tinha acabado de começar e estava tudo meio revirado. É difícil
conciliar tudo quando o bebê acaba de nascer. Bom, eu sei que eu já
havia arrumado a bolsa, me arrumado e o Sol, quando esbarrei na
banheira dele e pluft! Foi água para tudo quanto é lado do quarto.
Eu olhei para aquilo que em um segundo aconteceu e queria fugir. A
sorte que tive pessoas para me ajudar.
Tem dias que tudo dá
meio errado e é bom se preparar para isso. Perceber que, na bem da
verdade, não é que ta dando tudo errado, mas hoje o dia está
diferente! E, com a experiência, a gente aprende como lidar com
esses improvisos da vida.
Quando o Sol já estava
comendo papinha, teve um dia que ele já estava doido para comer e na
pressa virei o seu papá da panela para a cuia sem nem sequer olhar
para dentro dela. E quando virei, vi que tinha uma água que havia
ficado parada na cuia. Não dava para dar aquilo para ele. Pensei:
“Ai meu deus! Tem que ter uma solução!”. E o bebê chorando.
Foi quando olhei para a panela e virei o papa de novo nela. Claro!
Era só ferver mais um tempo que não havia problema. E inventar um
monte de brincadeiras para distrair o bebê faminto.
Ah e nada de tadinho,
porque assim, ele aprende também a esperar e já aprende a lidar com
esses improvisos.
Sabe, o meu pai tem uma
filosofia de vida que eu busco também seguir: a vida tem que ser
vivida com prazer. Que cheguemos a uma conclusão para que todos
saiam ganhando e ninguém tem que viver sofrendo! E, se caso isto
esteja acontecendo com você, acredite que pode mudar o que te
incomoda. Tenha a certeza que tudo na vida tem solução e siga em
frente.
Ajuda das pessoas
É sempre bem vinda,
né? Porém, é preciso de um pouco de dosagem certa porque se
extrapolar pode se tornar algo um tanto negativo. Não sei o por quê
ao certo, mas todo mundo tem a mania de criticar as mães. Valha me
Deus! Será que é porque o mundo está tão desacreditado em si que
resolveram culpar as mães por isso?
E, pior, nós também
resolvemos nos sentir culpadas!! Xô para esse sentimento! E, daí,
todo mundo acha que sabe cuidar melhor do seu filho ou sua filha do
que você mesma! E, nós, mães de primeira viagem, se não nos
impormos, perdemos o nosso espaço, perdemos o tempo de aprender para
um monte de gente nos dizer o que devemos ou não fazer.
Foi numa dessas que
muitas mães deixaram que os médicos falassem mais alto e foi
proibido até beijar a criança!
Assim que o Sol voltou
para os meus braços, todo enrolado nos cueiros, a enfermeira me
entregou-o para eu dar de mamá e logo, sem nem me perguntar, já foi
pegando o meu braço, inclinando o Sol e... quando eu pedi para que
me deixasse. “ah, você já sabe?” , ela me perguntou e eu com
toda certeza disse que sabia. E não sabia de nada, tanto é que meus
seios racharam por dar de mamá “errado”. Mas, eu assumi meu
posto ali. Ali e aqui quando resolvi que eu que daria banho nele,
mesmo isso sendo incomum na maternidade. Quando também resolvi que
ficaria com ele à noite. Muitas mães preferem descansar e deixar
por conta das enfermeiras esse papel. Tá legal. Vai me dizer que
quando chegar em casa também vai ser assim? E no dia que não
estiver enfermeira, babá ou sei lá mais o quê? Afinal, quem é a
mãe do bebê Você! Mas, é claro! Então, porque não assumir isso
logo de uma vez? Quando o seu filho ou filha nascer, pegue-o nos
braços e comece a dominar esse sentimento que chamamos de mãe!
Olha, muito antes de
Sol nascer, eu olhava de maneira muito negativa o uso da chupeta.
Pensava: “No meu filho não! Nunca!”. Pois é, parece que na vida
a gente paga mesmo pelo o que diz... Meu filho era, pois, um bebê de
dois meses muito ativo. Quase não dormia. Aliás, que sufoco que era
para ele dormir! E, eu ficava desesperada, achando que tinha alguma
coisa fora do normal. Porque o que é muito comum, ou o que dizem que
é comum, é que o bebê recém-nascido durma o dia inteiro e só
acorde para mamar de três em três horas.
À noite, então,
conheci bebês que dormiam doze horas direto. É bem verdade que
alguns livros e a sabedoria popular apontam que o menino é mais
acordado que menina nessa fase. Porém, Sol era muito acordado! E
queria peito toda hora! Às vezes, não dava trégua... Me ensinaram
então a usar o dedo mindinho bem empinado como uma chupeta. Então,
nos intervalos das tais três horas, eu usava esse mecanismo. Mas, só
dava certo quando eu estava acordada, pois quando eu começava a
dormir, o dedo amolecia e ele reclamava. Até que um dia não
aguentei e pedi para a minha mãe que estava na rua: “Pelo amor de
Deus, me traz uma chupeta!!!”.
Minha mãe nos trouxe
duas: uma comum e outra com o bico para cima que é mais recomendada
pelos médicos. E, chorando, ofereci para o Sol a segunda,
dizendo-lhe que não queria fazer isso... Ele não deu muita bola
para a chupeta, e eu não sabia se achava isso bom ou não. Fiquei
uns dois dias tentando, até que resolvi ferver a primeira, a mais
comum, e ele aceitou bem. E deu tão certo, tão certo, que uma
semana depois eu agradecia mentalmente pessoa que inventou a chupeta.
Uma invenção maravilhosa!! rs
Facilitou muito a minha
vida e sobrou tempo para os afazeres atrasados do dia-dia: passar e
lavar roupas, faxina, comida e essas coisas gostosas de fazer, mas
que dão trabalho!!! Quando, então, Sol já tinha cinco meses
começou de uma maneira engraçada a recusar a chupeta. Primeiro, a
pegava e jogava longe e depois, começou mesmo a cuspir e morria de
rir com a minha cara de susto!
Como, eu já havia
aprendido melhor a lidar com ele e com sua dificuldade para dormir,
me senti segura o suficiente para tirar e claro que também muito
feliz. Essa foi mais uma demonstração para mim de que não dá para
fazer tudo aquilo que a gente pensa que é o perfeito, o ideal,
porque a relação se estabelece muito mais pela construção diária
do que por pré-conceitos ideais.
Começando a comer...
Comecei a dar
comidinhas para Sol quando não dava mais para segurar sua vontade de
experimentar aquelas coisinhas coloridas que pareciam ser muito
gostosas! Com quatro meses, quase cinco, ele experimentou umas
frutinhas: maça, pera, banana e laranja ( a que ele mais gostou).
Foi quase junto do nascimento de seus dois dentes que vieram juntos.
Comecei, então, a não
amassar as frutas e deixei que ele curtisse mastigar. Gostou tanto
que não queria de outro jeito. A laranja, eu descascava bem, tirava
todos os caroços e dava para ele chupar. Algumas recomendações: a
laranja deve ser lima, a banana, prata e mais tarde a d' água, a
maça, a mais doce e a pera também. No início ele se engasgava
muito, mas nada que ele sozinho resolvia. Mas, é sempre bom
conversar com seu ou sua pediatra sobre isso.
Passei algumas semanas
dando as frutinhas de manhã. Até que um dia, no almoço, cozinhei
chuchu e cenoura e dei para ele em pedacinhos. Sempre, no início,
ele fazia uma cara feia. Deve ser porque a textura, o cheiro e o
gosto são muito diferentes do nosso leite. Mas, depois ele se
acostumou. Acho que por isso, muitas pessoas adoçam a comidinha do
bebê. Isso não é muito bom, porque você acaba acostumando o seu
filho ao açúcar e depois vai ter dificuldades para tirar. Fora que
ele não sentirá o gosto real das coisas.
Bom, em pouco tempo
resolvi dar a papinha que a Sonia Hirsh ensina no seu livro: “Mamãe,
eu quero” (super recomendo todos dela!). Me cobra depois que eu
coloco a recita aqui!
No mesmo dia que dei
para ele essa papinha no almoço, percebi que ele dormiu agoniado. E
mesmo pressenti que isso iria acontecer. Afinal, era café-da-manhã
e almoço e nadinha à noite?
Daí, no dia seguinte, experimentei um mingau que eu faço sempre
para mim e que é uma delícia: banana amassada, água e aveia no
fogo baixo e mexendo sem parar. Depois, só passar na peneira e
pronto! Fica muito gostoso. Ele adora. Outras possibilidades foram
substituir a fruta por outra ou substituir a aveia por o creme de
arroz- que você encontra nas lojas naturalistas.
Um mês depois, comecei
a incrementar mais o jantar. Fazendo uma papa de legumes. Sempre com
inhame, variando na beterraba, cenoura, chuchu, batata baroa. Às
vezes, com aveia, outras com o creme de arroz. Frequentemente com
algas marinhas, arroz integral ou gergelim branco.
Porém, assim como
qualquer período de adaptação, o início foi um pouco complicado.
Tiveram dias que me esquecia totalmente de preparar a comidinha do
meu bebê. Tendia a me condenar. Mas, pensava que era uma questão de
tempo, de me adaptar aos novos horários e necessidades. E dava o
peito! Que, afinal, era o que ele também estava acostumado a
receber. Logo depois do papa era também o leite materno que entrava
em jogo e que fazia Solzinho dormir.
Assim, aos poucos,
finalmente os horários começaram a se encaixar. E Sol foi se
transformando em uma nova criança. Diminuiu um pouco o peso, o que é
normal nessa fase, logo sentou e no dia que isso aconteceu, já
queria andar. Ficou até mais tranquilo, passou a dormir mais. A
deitar nos meus ombros. Observar com mais tempo as coisas. Acho que
aquela fome de conhecer o mundo se alimentou literalmente. Ele ainda
continuava afoito para conhecer o mundo, mas agora ele interagia com
ele.
Aos nove meses, ele já
estava com seis dentinhos (atenção: não existe data para o dente
do seu filho ou filha nascer. Cada criança tem o seu tempo, né?
Vamos tratar de respeitar!), até que uma amiga me despertou que não
teria mais necessidade de peneirar o papá. Bom, ainda meio insegura,
fiz uma canjica de arroz e aveia sem peneirar para ele experimentar.
Ihhh ele adorou mastigar aqueles flocos! Pois bem, o almoço foi mais
divertido ainda. Ele me pedia para dar mais! Tá vendo? Ás vezes, a
gente pega o costume de fazer de um jeito e nem percebe que o filhote
cresceu!
Mas,
nas próximas refeições, ele ficava entediado às vezes. Ele queria
explorar o mundo, nada de ficar parado preso numa cadeira! Então, a
mudança teve que ser aos poucos. Uma parte da comida ficava inteira
e outra amassada ou mesmo peneirada. Algumas vezes, a gente fica
cansada. Criando um monte de coisas para distrai-los e dar uma
colherada! É difícil porque com 10 meses, ele não se distraia com
histórias e o que a gente queria mesmo é que eles se concentrem na
comida. Por isso, preparava a janta com mais amassado do que com
inteiros.
A nossa ansiedade...
Olha, não sei como
será com você ou como é, mas todo mundo da minha família e amigos
queria logo ver o Sol comendo. Porém, não tem a mínima necessidade
fisiológica para o bebê se alimentar antes dos seis meses, além
dos seus peitos. Por isso, vá com calma e paciência. No início, é
bom a criança reconhecer aquilo que nós oferecemos para ela comer.
Deixe ele pegar os alimentos, destruí-los com as suas mãos,
espalhar pelo corpo todo, até colocar na boca e sentir aquele gosto
diferente. Não tenha pressa de alimentá-lo ainda, porque o seu
peito ainda é o prato principal.
Prato!
Pois é... Será que o
ideal é o prato? No início
que era só papinha, eu vi que não. Sol tinha um tempo um
pouco demorado para comer. A comida também não pode vir pelando (se
achares mais prudente, existe no mercado uma colher que mede a
temperatura da comida), então, logo, logo, esfria. E o prato aberto
daquele jeito, ajuda nesse processo. Parti, então, para cambucas,
cuias, canecas, como preferir. Depois, quando a comida se torna mais
colorida, cada coisa no seu lugar, vale a pena um prato.
As panelas...
Recomendo aquela que
não solte nada para a comidinha. São as de aço inox ou de vidro.
Tem gente que recomenda as de ferro, exatamente para ele soltar no
papa e somar-se ao corpo.
O local...
Bom, eu tinha sobrando
um colchão de berço que foi ideal nesse momento. Primeiro porque
Sol brincava com alguns objetos, sentadinho e se sentia mais a
vontade do que sentado no meu colo e isso te dá mais mobilidade
também. Depois, porém, ele ganhou do avô um cadeirão. Olha, no
início ele adorou, era ótimo porque ele podia espalhar a comida na
mesa e ir experimentando. Mas, passado um tempo, ele chorava só de
inclinar ele para o cadeirão. Acho que eu exagerei na dose. O
negócio mesmo foi variar. Ora num lugar, ora noutro. E isso tem a
ver com o nosso cotidiano...
Dizem que crianças
gostam de rotina...
Mas, nem tanto! Temos é
que variar dentro dos horários que eles próprios vão nos
mostrando. Teve uma vez que o Sol, com nove meses me levou para cama
porque era hora dele dormir. Bonitinho, né?
Mas, nem sempre foi assim. Então, percebi que não era para exagerar
em nada. Acontecia, às vezes, dele gostar muito de um brinquedo. E,
assim, toda vez, eu lhe oferecia. Até que ele se cansava. Muitas
mães tendem a isso: percebem que algo deu certo e insiste só nisso.
Pois é... vamos variar no banho, na comida, nos brinquedos, nos
sonos, até porque eles crescem e perdem o interesse por algumas
coisas!
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