Na emergência...
Sempre que transito numa emergência pediátrica, observo situações muito parecidas:: pais e mães cansados, claro, com pressa, sempre, falando no celular, olhando ao vazio para tv e com uma dificuldade enorme em lidar com a sua criança e seu estado de saúde.
Uma vez uma menina, deveria ter 10 anos, já cansada com as ignorâncias da mãe, assim lhe disse: "Mãe, pode ir, eu fico aqui sozinha". Deixando a mãe sem saber o que fazer. Mas, tem pais e mães que não são agressivos como essa mãe era. São até bem dedicados, mas falta-lhes uma coisa que ajude a potencializar a conversa adulto-criança. Não foi uma vez só que eu ajudei alguns pais a acalmar seus filhos para fazer uma nebulização ou tirar sangue...
O que eu fiz? Brinquei com eles, caminhei com eles para o mundo que conhecem e que gostam. Quando ainda temos mais intimidade com a criança e tempo podemos explicar o por que daquilo tudo, e eles até gostam. Querem ver a foto do esqueleto e ver se tá limpinho. Gostam da fumaça da nebulização e as histórias de mistérios... e assim por diante. Penso que um dia trabalharei num hospital, não como palhaça (às vezes, tá bem...) e nem como recreadora (não está no meu currículo!), mas talvez como mediadora nesse processo de reconhecimento das mães e pais como crianças novamente.
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